Entrevista
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Ele é Ator,
Professor, Coreógrafo, Diretor artístico e Produtor Cultural, atuou numa ONG
Pro Dia Nascer Feliz e tem uma longa trajetória na Arte deste município. Adriano Araújo é mais um santarritense que faz a
diferença.
SIÉLLYSSON
– Quando começou sua vocação para o trabalho de produtor cultural, pois é isso
que você fazia na ONG "Pro dia Nascer Feliz”, não é?
ADRIANO - Na
verdade eu venho de uma família de artistas onde minha infância foi convivendo
com meus pais produzindo os shows musicais dos meus irmãos. Minha casa sempre
foi um espaço de produção cultural a exemplo de blocos carnavalescos,
batucadas, artes plásticas entre outras. Sou educador físico de formação,
participei de curso de Iniciação e formação Teatral pela FUNESC – Fundação
Espaço Cultural e estudei danças em várias escolas de João Pessoa e Santa Rita
e como agente e ativista cultural, resolvi produzir minhas vontades culturais.
SIÉLLYSSON
– É de longas datas o trabalho com a terceira idade que tanto você quanto sua
irmã realiza, mas iniciou-se quando vocês eram funcionário da prefeitura, com a
mudança de governo, não houve mais espaço ou vocês resolveram levar de maneira
independente esse trabalho? E por quê?
ADRIANO - Não
houve mais espaço, isso nos estimulou a buscar a independência, surgindo assim
a ONG Pro Dia Nascer Feliz, que temos como espaço físico a casa de Luiza flores
como sede provisória.
SIÉLLYSSON
– Sua irmã é muito conhecida pelas produções artísticas e pelo lado criativo
dela. A ideia de oficializar todos os anos de trabalhos voluntários ou não no
mundo artístico, por meio de uma ONG veio de quem sua ou dela?
ADRIANO - Dos
dois, participamos de um governo municipal e quando saímos decidimos dar
continuidade as ações culturais de forma independente, então veio um convite de
um grupo de amigos a exemplo de Marcos Ferraz, Marcelo Gomes, Virginio Veloso,
Luíza Flores, Denise Miranda, Chiara Louise, Ricardo Nunes, Oscar Duarte, Rosa
Bandeira entre outros, para criarmos uma instituição voltada para atender a
população no sentido de contribuir para a inclusão social através das políticas
culturais, esportivas, educacionais e ambientais.
SIÉLLYSSON
– Por que a ONG tem um nome que foi retirado de uma frase da música de Cazuza?
Deu algum problema com direitos autorais?
ADRIANO -
Achamos a frase muito esperançosa e forte, mandamos um email para a mãe de
Cazuza e ela não autorizou alegando que toda a obra de cazuza tinha que gerar
receita para a fundação Viva Cazuza. Tentamos explicar que nosso trabalho era
sem fins lucrativos e que se o mesmo fosse vivo ficaria orgulhoso por esta
ação. Mas não obtivemos sucesso, daí consultamos um advogado e ele sugeriu a
utilização da frase sem atrelar a imagem de Cazuza. Chegamos a uma conclusão de
utilização do sol em forma de um mascote representado o dia nascendo feliz.
SIÉLLYSSON
– A parceria da ONG “Pro Dia Nascer Feliz” com a Empresa Alpargatas deu uma
levantada nos trabalhos de vocês, principalmente na área de esportes que é sua
área. Como aconteceu essa parceria?
ADRIANO - Sou
educador físico de formação, participei de curso de Iniciação e formação
Teatral pela FUNESC – Fundação Espaço Cultural e estudei danças em várias
escolas de Joao Pessoa e Santa Rita. A ONG surgiu em 13 de agosto 2005, foi
elaborado um projeto chamado Dançando na Melhor Idade, onde o mesmo tem uma
abrangência de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida da pessoa
idosa utilizando a dança, o teatro, a recreação e o lazer. No ano seguinte foi
escrito o projeto chamado Ciranda Cultural e Esportiva que tem como objetivo
principal reduzir a evasão escolar, melhorar o rendimento do aluno na escola e
contribuir para a cultura de paz. Apresentado ao Instituto Alpargatas a ONG
PDNF Foi contemplada com a parceria, onde mais de dois mil estudantes de Santa
Rita já foram beneficiados. O projeto oferece oficinas sistematizadas de
teatro, danças populares, percussão, canto coral, violão, futebol de campo e
futsal, além de um calendário de eventos em nossa cidade com ações abertas e
gratuitas para a população , tais como: Bloco Foliões da Melhor Idade,
Arraiá Pro Dia Nascer F eliz, Projeto É Hora de Brincar, Mostra
Cultural, Esportiva e o Auto de Natal. A parceria com o Instituto
Alpargatas rendeu bons frutos, a ONG aprovou outro projeto chamado Educando
pelo Esporte através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, contemplando cinco
cidades Paraibanas, sendo elas: Alagoa Nova, Guarabira, Mogeiro, Ingá e Serra
Redonda, o objetivo do projeto e implementar as aulas de educação física
escolar realizar os jogos escolares, uniformizar os estudantes e professores
nas aulas de educação física e capacitar os professores através de formação
continuada com temas transversais além de distribuição de kits esportivos e
didáticos para as 50 escolas selecionadas pelo projeto sendo 10 de cada cidade.
Já foi finalizado o Educando pelo Esporte I, está em andamento o Educando Pelo
Esporte II, aprovado o “Educando pelo Esporte III” para o próximo ano e o BNB
Cultural para realização do Auto de Natal no corrente ano.
SIÉLLYSSON
– Como você mesmo citou o trabalho da ONG tem crescido muito, tem o trabalho
com a terceira idade, O Auto de Deus, trabalhos educativos e Esportivos em
escola. Qual desses lhe trouxe maior realização pessoal?
ADRIANO - Quando
ainda era estudante de educação física, no segundo período tive a oportunidade
de conhecer um asilo chamado ASPAN – Lar Fabiano em João Pessoa, isso foi
paixão a primeira vista pela pessoa idosa, então naquele momento falei pra mim
mesmo “eu vou estudar o envelhecimento e levar a dança como ferramenta para a
reinserção do idoso na vida social” e nunca mais parei de estudar, onde a cada
dia sinto mais prazer em trabalhar com pessoas idosas. Hoje chamam o asilo de
instituição de longa permanência, mas para mim continua sendo asilo. Gosto de
tudo que a ONG realiza, adorei o tempo que passei na mesma. Mas a paixão pela
terceira idade fala mais alto dentro de mim. "O idoso não pode ser visto
como um fardo, mais sim como uma fonte de experiência". Frase da Minha
orientadora Professora Doutora Rosilene Guedes Lucena.
SIÉLLYSSON
– Você teve um trabalho na ONG que é santarritense, é concursado em outros
municípios, mas escolheu João Pessoa para viver. Por quê?
ADRIANO - O que me
fez morar um tempo em outra cidade foi à falta de espaço de trabalho e
valorização profissional para com a minha pessoa. Além da magoa que
guardo dentro de mim até hoje pela destruição do teatro/oficina de artes e do
Grupo de Cultura Popular Massapê onde dancei e aprendi muito sobre o folclore
brasileiro. Eu costumo dizer que uma cidade sem investimentos na cultura gera
um povo sem identidade. Além disso eu precisava sobreviver, então a cidade de
João Pessoa e outros municípios me deram a oportunidade de continuar a exercer
minha profissão. Eu costumo brincar com o amigo chamado Valdir Lima onde ele me
diz que sou pé na estrada o homem das quatrocentas mil cidades. Mas a minha
raiz está no antigo bairro do cercado, hoje bairro da liberdade na minha Santa
Rita. Lá saí do ventre de minha mãe D. Nena. É o meu berço, onde passei minha
infância, adolescência, juventude e a gora a fase adulta, ou seja, toda minha
história se encontra ali.
SIÉLLYSSON
– O que você gostaria de realizar como obra para poder olhar para trás e dizer;
“eu deixei essa contribuição que tanto me orgulho”? Ou o que já fez já lhe
realiza como Ser humano?
ADRIANO - Na
verdade são várias, a primeira será ajudar a construir a tão sonhada sede da
ONG Pro Dia Nascer Feliz, ou seja, um centro cultural onde os santarritenses
poderão se alimentar de leitura, música, teatro, dança, cinema, culinária,
exposições entre outras; continuar lutando pela criação do Conselho de Proteção
ao Idoso e sua funcionalidade e antes de partir para outra vida, estrear
um espetáculo dirigido por mim no tão sonhado e esperado teatro Municipal de
Santa Rita.
Entrevista lançada
em 06 agosto 2012 às 00:45
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